Quando se trata de emagrecer, a quantidade de proteínas consumida pode
ser quase tão importante quanto a quantidade de calorias. Um estudo
publicado no Journal of The American Medical Association (JAMA),
nesta quarta-feira, fez o teste com pessoas que ingerem mais calorias
do que queimam, ou seja, estão engordando.
Todos na pesquisa aumentaram
de peso, mas quem ingeriu poucas proteínas (presentes em alimentos como
carne, ovos e alguns legumes, como o feijão), teve um problema a mais:
ganhou gordura corporal e perdeu massa muscular. A pesquisa serve de
alerta para os médicos que tratam pacientes com sobrepeso ou obesos: não
adianta medir apenas o peso e o IMC (Índice de Massa Corporal), é preciso levar em contas outros fatores, como a gordura total (verificável por meio de exames de sangue).
Para a pesquisa, foram recrutados 25 voluntários, homens e mulheres
saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos e IMC de 19 a 30 (normal a quase
obesos). No início, eles ingeriram uma 'dieta estabilizadora' por 13 a
25 dias. Em seguida, foram realocados aleatoriamente para três dietas
distintas: com baixa proteína (5% da energia vinha de proteínas),
consumo normal de proteínas (15% da energia) e altamente proteica (25%
da energia).
RESULTADOS
Ao fim da pesquisa, todos os voluntários
ganharam peso, sem diferença entre homens e mulheres. Os participantes
na dieta com baixa proteína foram os que engordaram menos – uma média de
3,16 kg, frente a 6,05 kg do grupo que consumiu quantidade normal de
proteína e 6,51 kg no grupo de alto consumo proteico. Por que isso
aconteceu? Quem ingere mais proteína aumenta principalmente a massa
corporal magra (músculo), que pesa mais que a gordura.
A gordura corporal aumentou nos três grupos, representando entre 50% e
mais de 90% do total de calorias estocadas. O grupo que teve baixo
consumo proteico perdeu 0,70 kg de massa magra, em média, enquanto o de
consumo normal ganhou 2,87 kg e o de alto consumo protéico ganhou 3,198
kg de massa magra.
"Em resumo, o ganho de peso na dieta de baixa proteína foi menor do que
nas demais, com a mesma quantia de calorias. As calorias sozinhas
contribuíram para o aumento da gordura corporal. Por outro lado, as
proteínas contribuíram para mudanças no gasto energético e na massa
magra, mas não no aumento da gordura corporal."
Segundo os pesquisadores, a principal descoberta do estudo é que,
quando se olha para o que contribui no aumento da gordura corporal em
dietas altamente calóricas, as calorias aparentam ser mais importantes
do que as proteínas. Os resultados sugerem ainda que uma alimentação com
baixas proteínas pode levar a um menor ganho de peso, mas aumenta a
gordura corporal e reduz a massa magra, o que é prejudicial à saúde.
Fonte: Revista Veja
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