quarta-feira, 23 de junho de 2010

NOVA TÉCNICA REDUZ OBESIDADE SEM CIRURGIA

Um novo procedimento pode ajudar pacientes obesos a perder peso e até evitar a cirurgia de obesidade, além de controlar o diabetes. Trata-se de uma técnica endoscópica, que insere via oral uma espécie de revestimento de 62 centímetros no início do intestino delgado da pessoa. Isso impede a absorção de comida naquela região. O alimento, então, vai do estômago diretamente para a porção final do intestino.
.
A técnica vem sendo testada com sucesso há mais de um ano no Hospital das Clínicas de São Paulo em 78 pacientes, que perderam, em média, 30% do peso. Uma redução de 10% já é considerada significativa pelos médicos. A prótese colocada é de um material plástico maleável. Ela é deixada no organismo por cerca de um ano. Nesse período, o paciente passa por reeducação alimentar e mudança de hábitos de vida, incluindo prática de atividade física. Isso evita que ele recupere o peso perdido.
.
Todos os pacientes avaliados eram obesos mórbidos (tinham índice de massa corporal acima de 35), portadores de diabetes e doenças associadas. Eles haviam se candidado à cirurgia bariátrica (de obesidade), porque não conseguiam perder peso com métodos não cirúrgicos. Embora a nova técnica seja indicada para quem precisa perder peso antes da cirurgia de obesidade, alguns dispensaram a operação após o resultado obtido. Além disso, 90% deles conseguiram manter o diabetes sob controle. Os resultados mostraram que houve redução no uso de remédios pelos pacientes -20% deixaram de usar drogas antidiabéticas. Os níveis de colesterol e triglicérides também se normalizaram.
.
O procedimento é feito com anestesia geral e dura de 15 a 20 minutos. O índice de complicações é baixo. "Depois, o paciente leva vida normal, apenas toma suplementos vitamínicos para compensar os nutrientes que deixam de ser absorvidos", diz Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, um dos líderes do trabalho, diretor do serviço de endoscopia gastrointestinal do Hospital das Clínicas e professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP.
.
"Em dois anos, a técnica deve estar disponível e deve se tornar um furor", acredita. A ideia da prótese surgiu nos Estados Unidos, mas lá só foi testada em animais. O grupo brasileiro é um dos três únicos do mundo a fazer pesquisas em pessoas. "Possivelmente, vai ser um grande auxílio para esses pacientes, mas ainda não temos resultados a longo prazo", avalia Thomas Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. "A curto prazo, os resultados são muito interessantes."
.
Fonte: Folha de São Paulo
Partilhar

3 comentários:

Nut. Juliana Tolêdo disse...

Interessante, vamos ver no que dá. Mas a reeducação alimentar proposta é fundamental, pois depois de um ano, após a retirada do revestimento, tudo no organismo volta a ser como era antes...

María disse...

Para mim nao soluciona a parte da educaçao alimentar, o individuo seguirá tendo os mesmos hábitos e provavelmente rebotará quando retire o revestimento, sem contar que a nao absorver os nutrientes vai ter carencias nutricionais importantes.

Christiane Rocha Veloso disse...

Oi Juliana e Maria! A reeducação alimentar é sim importantíssima em qualquer tratamento de emagrecimento! Sem ela voltamos a ganhar o peso de antes e colocamos todo o esforço da dieta por 'água a baixo'. Vamos ver se a nova técnica vai ser aprovada. Beijos!