segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EMBALAGEM A VÁCUO PODE SER ALTERNATIVA PARA REFRIGERAÇÃO

Imagem ilustrativa
A embalagem a vácuo, hoje encontrada em alimentos como carnes e laticínios, pode ser adotada pela indústria de ovos em breve. Resultado de um estudo da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal, em São Paulo, a nova embalagem é testada pelos pesquisadores como uma alternativa à refrigeração.
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Segundo a zootecnista Aline Scatolini Silva, que tem a pesquisa como projeto de doutorado, apesar de a refrigeração ser eficaz para a preservação dos produtos, o alto custo faz com que 92% do que é comercializado hoje seja transportado in natura. A refrigeração, inclusive, faz parte das recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a conservação de ovos no País e é adotada também no exterior.
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Os estudos, que começaram em 2008, mostraram que a embalagem a vácuo impede a proliferação de microorganismos como bactérias e fungos que provocam a deterioração do produto; os resultados obtidos são similares aos da refrigeração. Para tornar o processo mais eficiente, os pesquisadores utilizaram um sachê com propriedades de absorção de oxigênio. “Como o ovo é um produto muito delicado, não é possível retirar todo o ar só com a embalagem a vácuo”, afirma Aline.
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CUSTO ELEVADO
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Para José Roberto Bottura, diretor técnico da Associação Paulista de Avicultura (APA), o projeto pode trazer benefícios ao mercado, já que a refrigeração nos mercados nem sempre é a melhor opção. “Vivemos num País tropical. Se o consumidor compra o ovo gelado e fora do supermercado está fazendo calor, essa diferença de temperatura pode alterar o alimento”, diz.
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Para se tornar viável, porém, o projeto ainda precisa reduzir os custos de comercialização. Segundo a pesquisadora, a nova embalagem custaria de R$ 0,50 a R$ 0,70. “Hoje o preço da embalagem fica entre R$ 0,08 e R$ 0,10. “O custo da nova embalagem não poderia passar dos R$ 0,12”, diz Bottura. A redução de custos está nos planos da equipe da Unesp, que pretende também estender o prazo de validade do produto. Os ovos duram, em média, 30 dias. Com a nova embalagem, a qualidade dos ovos estaria garantida neste período.
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Outro ponto que ainda precisa ser aprimorado é o estojo plástico que abriga os ovos sob a embalagem a vácuo. Segundo Aline, os pesquisadores buscam um material mais resistente, já que o utilizado atualmente é suscetível a quebras. “Ainda precisamos de mais estudos para chegar à comercialização”, diz a pesquisadora. Se tiver sucesso, a equipe da Unesp tem um forte mercado pela frente. Conforme estimativas da APA, foram produzidos em 2009 cerca de 22,8 bilhões de ovos no País. “Para este ano, a expectativa é que este número chegue aos 23,5 bilhões”, afirma José Bottura.
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HORA DA COMPRA

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Enquanto as novas embalagens não chegam às prateleiras, os especialistas recomendam ao consumidor tomar alguns cuidados na hora da compra para obter ovos de qualidade. Segundo o diretor da APA, o ideal é que o transporte dos ovos seja feito nas primeiras horas da manhã ou no fim do dia, quando a temperatura não é tão alta. O local de armazenamento no mercado deve ser limpo e fresco.
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Bottura lembra que a embalagem dos ovos precisa ter a identificação do produtor, com endereço e telefone. “É fundamental também que tenha uma data de validade e um selo de inspeção”, diz. Sobre o aspecto visual, ele afirma que o ideal é que os ovos não estejam trincados ou com muitas manchas, características que podem indicar má conservação.
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Fonte: PróAlimento
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2 comentários:

Alexandre da Fonseca disse...

SEU BLOG É SIMPLESMENTE MARAVILHOSO,PARABÉNS...BJ VISITE: WWW.INSTITUTOEUQUEROPAZ.BLOGSPOT.COM

Christiane Rocha Veloso disse...

Obrigada Alexandre!
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